2015/04/22

Givilltai.

Pselikašar gir Kizarus Givilltai, lodg ínn Valdožj, Vangvaldožj nagayam Vajramayaw hótt.
Gjy únn Amaterasòksan dagalar žnaħ teþafnius far notdän nagayam adionšvie Amaterasuvol. Kuratato sem i notdän nayeqhoz gjy değ ara, zinlaksaňþafniğo utan gjy adionšvi, sem kunnhalnggenkyor.   


2012/06/21

始まり—夢の羅針盤


   Um início de tarde de verão em São Paulo, o Sol estava brilhando forte e o céu, num tom azul muito nítido. Em suas vestes negras, voltava para sua casa um garoto com um olhar baixo e triste. Seus olhos eram puxados, o que se explicava por sua ascendência japonesa, assim como seu nome, Kenji Hoshikawa. Sua tez morena, cabellos levemente ondulados condiziam também com sua ancestralidade brasileira. Levava em suas costas sua pesada mochila, repleta de adhesivos de seus animes e jogos favoritos. E em sua mão direita, uma pequena flor que achara em seu caminho. Era o último dia de aula, e provavelmente elle demoraria a passar por aquelle caminho novamente. As pessoas ao longe extranhavam sua presença, mesmo elle sempre fazendo aquelle percurso. 
     Kenji sempre foi um garoto tímido e fechado. Passava a mayor parte de seu tempo em sua casa, jogando videogames, ou em seu computador. Na escola, era raramente visto, o que causava constantes reclamações, mas não por seu comportamento. Kenji raramente dizia uma sequer pallavra, e quando dizia, normalmente eram coisas que poucos entendiam. Seus cadernos eram repletos de códigos e diagrammas, e sempre levava pendurado em sua mochila um pequeno chaveiro em formato de estrella, com um kanji [星, hoshi, estrella] em seu centro, e um sol na parte de trás. 
      Kenji adora Astronomia, sempre tendo consigo alguns livros sobre o assumpto. Seus collegas constantemente o taxam de louco ou extranho, com excepção de dois [não exacta excepção, mas sim que elles o "compreendiam", mesmo às vezes o extranhando]: Anderson e Mila. Anderson sempre foi o melhor amigo de Kenji, os dois compartilham vários gostos em commum, em particular o pela Astronomia, mesmo Anderson não entendendo muito do assumpto e sendo meyo preguiçoso para estudar. Mila é otome, completamente fissurada por animes [em especial os mais kawaii] e cultura japonesa. Mila gosta muito do jeito fechado e meyo perdido de Kenji [e simplesmente é louca por sua ancestralidade nippônica], mas ella às vezes perde a paciência com a constante ausência de Kenji. Às vezes vão os dois, mais os amigos de Mila, a eventos de anime. Os outros amigos de Mila não têm uma relação muito próxima com Kenji, por isso, mesmo não gostando muito, às vezes Anderson vai junto com Kenji, para que seu amigo não fique só. Pelo facto de os dois sempre estarem juntos, voam suspeitas sobre elles, mas ambos desmentem veementemente. Mas na última primavera, Anderson se mudou para outra cidade, não muito distante, porém agora se viam muito mais raramente. Kenji então se isolou mais, já que Mila estava mais próxima de seus outros amigos. E seu mundo cada vez mais fechado, porém mais amplo.
      E chega Kenji em sua casa, abre o portão, e vai directo para seu quarto, e libera a dor que affligia seu coração na forma de lágrymas, ainda que entremeadas em risos extranhos. Escutando as canções que mais reppresentavam seu estado interior, ainda que estivessem longe disso. Kenji ama a cultura oriental. Em seu quarto, as pequenas miniaturas de bonecas de porcelana, e bonequinhos de personagens de diversos animes, uma pequena estátua de Buddha, seu diário incompreensível, entre diversas outras coisas, com origens da Índia às Philippinas, do Japão à Thailândia, num mixto de passado e presente muito interessante.
     Virtualmente, elle vivia a conversar com seu amigo Anderson, sobre as descobertas astronômicas, especialmente no campo da exoplanetologia. Mas Anderson não apparecia muito, pois havia começado a namorar há pouco tempo. Liana, o nome della. Uma linda garota de cabellos louros como o Sol do verão, e olhos azuis como o a inmensidão do oceano. E seu nome aos poucos foi substituindo os códigos e nomes estellares nas pallavras de Anderson. E Kenji ficcava quase meyo perdido, elle mesmo queria poder estar lá, viver algo similar, mas suas pallavras e sentimentos sempre lhe estiveram travados em sua garghanta. Kenji nunca namorou, nem sequer beijou, mas em seus sonhos isso era uma realidade constante. 
     Augusto-sama, Reynold-sama... Assim chamava-os em seus versos... Augusto, outrora um grande amigo, hoje quase não olha mais para Kenji. Perde-se entre os prazeres da carne com diversas mulheres///conhecido como o "pegador", nada que lembre do menino calmo e tranqüillo de antes; Reynold é um cara alto, que está sempre com phones de ouvido, amigo próximo de Augusto. Ambos também são amigos de Mila, mas não muito próximos.
      O tempo passa, e o dia começa a escurecer, principalmente pelas nuvens que se cobriam o céu, e distantes trovões eram ouvidos, como echos da tempestade que se avizinha.  
Mas Kenji permanece em seu computador, meyo que hypnotizado em seus pensamentos e o que via por alli. Mesmo com os apelos de sua mãe, domna Rumiko, elle permanece, meyo que em estado de transe, até que um forte rayo faz com que a energia caia, e o computador desliga. 
     Após ouvir um breve, porém accentuado sermão de sua mãe, Kenji vai para a janela observar a chuva que caía na rua, forte. A previsão tinha allertado que o dia terminaria assim, após o forte calor que fez mais cedo. Elle pega um de seus livros, e o lê, com a fracca luz que entra pela janela, para distrair sua mente...
Mas elle então adormece, fatigado pelo calor do dia que passou, e pelo tédio e tristeza que o atormentavam...
(— ****ナミです 
***にキまして
****ハナ*****)
Kenji então accorda com um forte trovão de seu breve cochilo, com os olhos arregalados, assustado, não tanto com o som do trovão, mas com a sensação que o atordoava. A luz já havia voltado, mas elle estava muito ligado no que vira em seu sonho. Kenji tem conhecimentos básicos de japonês, não chega a ser fluente, mas tem um razoável entendimento. Elle recorda-se de estar diante de seu computador, e de ler algumas coisas
...Nami desu ...ni kimashite... ...hana....
Não parece fazer sentido, porém elle ficcou extremamente intrigado com o que vira em seu sonho, e logo retorna a seu computador, temendo que elle pudesse estar avariado. A chuva já havia passado, e ao ligar, percebe que está tudo normal, e volta a sua rotina diária...
    Indo de rede em rede social, de chat em chat, como elle gosta de fazer, eis que elle encontra alguém que falla japonês, num chat primordialmente lusóphono. Inclusive essa pessoa estava "atordoando" os outros membros do chat, já que a grande mayoria mal tinha conhecimento para discernir entre japonês e chinês. Elle mesmo sendo muito tímido, ameaça dizer alguma coisa...
—Konbanwa ^^
—ニホンゴもデキマスか? *_*
—Sukoshi dake ><
Onamae wa nani desu ka?
Romaji wo wakarimasu ka?
—ワかる。。。あたしはナミです
—Nami-san desu ka???? 
—うん どうして
—Nanimo nai, wasurete kudasai ^^
Hajimemashite ^^
Yoroshiku onegai shimasu
—デンシメールアドレスはナに?
—hoshikawa-kenji@hotmail.com
—アリガトー ジャね 
    E Nami sai antes que elle possa despedir-se. Kenji ficca muito surpreso com o que occorreu. Logo em seguida, vai verificar seu e-mail, e lá mostra:
"ウミハラ ナミ acceitar ou rejeitar?"
Umihara Nami, elle arriscou ler. Elle então acceitou, e logo num serviço de bate-papo online, começaram a conversar melhor. 
—Olah ^^ 
—Olá! Você falla português? o.O
—Sim, nao muito, mas entendo razoavel.
—Voce se chama Kenji, nao?
—Sim, Hoshikawa Kenji. 
—Interessante, prazer em conece-lo.
—O prazer é meu ^^
Você se chama Nami?
És menino ou menina?
—Sim, Umihara Nami desu, onnanoko desu. To morando em Okinawa, mas morava em Akita, e nasci no Brasil.
Por iso entendo um pouco de portugues.
Vim para ca com 11 annos, tenho 19 hoje
—Que legal *------*Eu sempre quis ir para o Japão... Meus avós são japoneses e moram em Akita...
—A sim, por iso que teu nome é assim. Legal! Talves eu conheça elles...
Quantos annos voce tem?
—Tenho 18 annos.
—Hmmm...
-Você falla bem o português!
—Obrigado, e voce o japones. Voce estuda ha muito tempo?
—Não muito, uns 3-4 annos appenas...
—Se quiser poso te ajudar com o japones, e voce me ajuda com o portugues
—Seria uma honra Nami-san!!! xD
—Nao precisa usar keigo
—Ah >< é que eu estou accostumado a usar ><
—Tudo bem ^^
ニホンにキましてクダさい
—Estou pensando mesmo em ir, visitar meus avós... 
Posso te fazer uma pergunta?
—Que?
—Por que você escreve somente com hiragana e katakana?
—A eh q eu acho legal assim, porque?
—Nada não, só curiosidade.
—Tenho q ir ima =\
Talvez eu nao volte, mas ainda assim obrigado por fallar comigo
キザシをムシしないでよ
ホシもハナもクモも
さようならー
いつかきっとワかってしまうわ
—O quê?????? 
E sai Nami velozmente, sem deixar mais uma vez Kenji responder. Mas em seu coração brota um extranho desejo, uma vontade muito forte de ir para o Japão, como nunca antes sentira. Elle então desliga seu computador, e quando chega à salla de sua casa, vê que a pequena flor lilás que trouxe quando chegara da escola estava acima de seu chaveiro de estrella, e as pallavras de Nami ficcavam mais fortes, ricocheteando nas fronteiras de sua mente...
     Kenji precisava ir para o Japão, necessitava realmente ir para o Japão.
Seria diffícil, pois Kenji é um garoto muito fechado, tímido e ligeiramente problemático, nunca conseguiria trabalhar para obter o dinheiro necessário, mas lembrou-se elle que seu pai, há muito desapparecido, deixara uma razoável quantia de dinheiro para sua mãe e elle, mas que só poderia ser usada em caso de urgência. Kenji sabia que sua vontade não poderia ser logo supprida, e elle então tenta dormir. Porém não consegue, aquillo que lhe occorreu está mexendo em sua cabeça de uma forma muito forte.
      — Kizashi wo mushishinaide yo, o que ella quis dizer com isso?
E passam-se os dias, e chegam as festas de final de anno... Anderson tinha voltado por uns dias, e os dois estavam novamente juntos, ainda que não tão juntos. Anderson somente vivia a fallar de sua namorada, e Kenji, sobre o que tinha occorrido dias antes. Nem parecia os dois mais.Anderson então sai com sua família, para a casa de sua tia. Elle convida Kenji, mas Kenji preffere ficcar em casa, já que o 
calor estava muito forte, e elle não gosta de agglomerações.
      Incommumente para uma tarde de verão, o clima estava seco, e extremamente quente. 36°C era a temperatura no momento, mesmo já sendo 16:00, de 31/12. Kenji sempre gostou muito de fogos de artifício, e mal conseguia esperar para ver o espectáculo de cores, ainda mais sabendo que o clima estaria favorável. Logo sua rua enche-se de pessoas festeiras, e elle entra para sua casa, para fugir do movimento que tanto desprezava, e toma um banho frio para aliviar o forte calor. Havia sido o dia mais quente em annos. Kenji detestava esse typo de clima. 
      21:30, e elle estava no terraço de sua casa, observando os esparsos fogos que começavam a estalar no céu. A noite estava lindamente estrellada. Júpiter está alto a nordeste, próximo de Aldebaran e das Hýades, e os dois apponctando para Órion e seu trio alinhado. Kenji estava fascynado, era raro ter a opportunidade de observar um momento tão bello...
       E as phrases ainda reviravam em sua mente... A noite prosseguia e Júpiter se approximava do meridiano, enquanto uma lua minguante erguia-se do horizonte leste. E os fogos ficcavam cada vez mais freqüentes. Até que o relógio bate à meya-noite. 
E parecia estar no meyo de uma guerra de cores e ruídos chaóticos. Kenji estava fascynado, como uma criança, seus olhos brilhavam, reflectindo a invenção dos chineses... Mas elle analysava também, como fazia com tudo, especialmente depois daquella noite...
      Júpiter e Aldebaran apponctavam exactamente ao norte, e se seguisse aquella linha, um dia chegaria ao Japão... 
      Sua mãe Rumiko chega até onde elle está, e pergunta, com uma voz rouca de choro, por que que elle tinha feito aquillo.
      —Aquillo o quê? Kenji não tinha a menor idéia do que se passava. 
Ella entrega a Kenji o seu chaveiro de estrella, e os dois entram para casa.
No quarto de Kenji, na parede, estava escripto com sangue, sangue delle mesmo, tendo em vista um corte em seu pulso ezquerdo.
くーらーん
     Apparentemente não fazia sentido, sentido algum. 
     Tudo estava muito extranho, mas Kenji então desperta, e vê que tudo estava normal, elle em sua cama, e a tênue luz do dia entrando pela fresta na janela. Seu telescópio estava onde costumava estar, assim como seu computador, e as paredes estavam limpas.E podia ouvir o som do inarizushi sendo frito por sua mãe na cozinha. Deffinitivamente, havia sido mais um sonho. Elle toma seu banho e vai à cozinha, e logo após comer, sua mãe, com um rosto mais sério do que o normal, conta que elle poderia sim ir ao Japão. Elle não tinha dito uma vez sequer a ella sobre isso, mas ella disse que captou isso em cada gesto de seu filho. Rumiko é uma domna de casa commum, mãe solteira, que cuidava de seu filho via ajuda do dinheiro deixado por seu pai, de quem ella jamais fallou, a não ser sobre esse facto. Nunca Kenji soube sobre seu nome, nem quem era. Mas também nunca se importou com isso. 
     Rumiko então abre um velho e pequeno baú, que dentro de si contém algo similar ao seu velho chaveiro. Um emblema de estrella, com cada poncta em uma cor, com uma pedra differente em cada poncta, com o ideogramma de hoshi ao centro. E flores secas de sakura, além de um pequeno pingente num cordão de ouro. Ella abre o pingente, e em um dos lados, há uma velha photo de Kenji, quando elle tinha 5 annos, e ao outro lado, está preto, mas com duas marcas vermelhas brilhantes, como se fosse uma photo no escuro. Ella então se affasta, enquanto Kenji ficca callado, sem falla alguma. Kenji vê o que mais há dentro do baú, e vê uma velha photo de um moço e uma moça, com um bebê em seus braços. Os dois tinham sangue em sua face. 
      Elle pergunta para sua mãe, e ella responde que não sabe quem eram, mas que o encontrou quando estava grávida delle, mas disse que aquillo não importava. Elle então encontra uma photo de uma cidade japonesa, em preto e branco, onde dava para ver também diversas sakuras em flor, e havia uma nuvem bem grande sobre o céu, e nuvens ao redor formavam o charactere 兆, de uma forma muito subtil... Estava escripto na parte de trás: 秋田市 1976年04月17日
     Seus avós maternos vivem ainda em Akita, mas nada se sabe de seus avós paternos, assim como de seu pai. Elle sempre soube que seus avós maternos são nippo-brasileiros [na verdade, sua avó é japonesa nativa, e seu avô, filho de uma brasileira com um japonês].  Nem mesmo sua mãe sabe algo de seu pai, como se isso tivesse se perdido de sua mente.
     Rumiko então pede para Kenji guardar tudo de volta no baú, excepto um maço de notas de dóllar. 
Ella entrega a Kenji, e pede para que o mantenha seguro. Kenji hesita, mas Rumiko sabe como convencê-lo. Rumiko disse para Kenji ir para o Japão. Elle conseguiria se dar bem lá, pois já tinha um bom conhecimento do idioma, e seus avós poderiam ajudá-lo de início. No baú havia uma carta também, mas Rumiko a escondeu, e Kenji só a viu de relance, e nem mesmo tentou perguntar do que se tractava. Parecia nova, appenas isso que conseguira perceber.
    E Kenji percebeu de uns dias já, que sua mãe estava differente, mais fria do que costumava ser, a mulher sorridente e allegre parecia estar attada por algo que a deixava inexpressiva. Isso assusta a Kenji, mas ella sempre dizia que estava tudo normal. Mas elle percebe que ella parece esconder algo. Mas não insiste, poderia ser appenas apparência.
    Passa-se janeiro, num clima muito extranho, porém relativamente estável, e Kenji então obtém seu passaporte e visto de moradia, após um tempo. A viagem estava planejada para a segunda semana de fevereiro, logo após seu anniversário. Ninguém além delle, sua mãe e Anderson cá sabiam da decisão de sua partida. Quando chega seu anniversário, o dia está relativamente frio para um dia de verão. Os céus encontram-se nublados, e a temperatura em seus 24°C, e já é de tarde. E Kenji está observando seu quarto e as coisas que elle tanto gosta, que ficcará por muito tempo sem vê-las. Elle confiou a sua mãe o cuidado daquillo que tanto preza, como seu computador, que é seu mayor companheiro. Que o confortara inúmeras vezes.  
    Elle levaria appenas umas roupas, um bichinho de pelúcia que elle ama, e alguns livros e cadernos seus. Nada mais, no limite da bagagem. Kenji não gosta de festas, mas Mila, Reynold e Anderson apparecem em sua casa. É raro vê-los juntos, já que Anderson não vai muito com a cara de Mila.
Mas mantêm-se dentro dos limites da harmonia. Elle então conta a Mila que está pra partir. Mila meyo que não accredita, mas ficca extremamente chateada quando sabe disso, mesmo elle dizendo que jamais irá perder contacto com ella. Ella pergunta por que elle não tinha dito antes sobre isso, e elle responde que não tinha certeza, e que não queria se precipitar [sendo que na verdade, elle estava chateado com Mila, por várias coisas que ella disse a elle antes, mas elle não tinha coragem de admitir]. Anderson já sabia, e estava meyo alterado, triste. Reynold se assustou, mas não pareceu se importar muito. Kenji envitava ficcar perto de Reynold, e tentava segurar as lágrymas. Porém um typo de voz echoava em seu coração. Algo que o impelia a ir, que o motivava a ir. 
     Chega a noite, e Kenji volta para sua casa, após ter ido a uma praça com seus amigos. Um local que elle gostava de ir às vezes, para ficcar quieto. Mila costumava chamá-lo de monótono, e mesmo chato, por isso. Mas elle não se importava, só queria ficcar em paz consigo mesmo. Elle gostava sim de Mila, por isso mesmo se encontrava um pouco magoado com as pallavras e actos della. E mesmo um pouco com a distância de Anderson. Mas naquelle dia, elles conversavam como antes. Mila e Reynold até foram embora antes, e ficcaram os dois a sós, melhores amigos.
     A noite estava nublada, não dava pra ver as estrellas que elles tanto amavam, então elles ficcaram relembrando os bons e maus momentos em suas vidas. Anderson não estava muito bem, tinha terminado com sua namorada uma semana antes. Mesmo assim, já não estava tão triste, já que Kenji o ajudara com diversas coisas. E ao horizonte de luzes da cidade, buscava mais uma esperança. E de repente, os céus se limparam, e as constellações mostraram-se mais uma vez aos olhos dos dois, até que o somno os pegou, e mais uma vez partiram cada um a seu caminho. Talvez fosse a última vez que poderiam se ver, mesmo tendo Kenji planos para retornar ao Brasil dentro de 3 annos.
     Kenji volta para seu quarto, e lá põe-se mais uma vez a ouvir as melodias que consolavam seu coração. E deitou-se, para um novo dia... A viagem até Akita seria longa, já que teria escala em Tokyo. O vôo até Tokyo levaria um dia e uma noite, e de Tokyo até Akita, 1h15m.
06:00 da manhã, e Kenji mal havia conseguido dormir. Elle tinha ficcado a noite em seu computador, tentando distrair sua mente da iminente mudança drástica que sua vida teria. Appesar de querer ir ao Japão, seu coração estava appertado. Elle deixaria para trás muito do que considerava seu microcosmo. 
      E seus olhos quase não piscavam reflectindo os kanji e kana que o monitor emitia. E as annotações em seu diário, agora em vez de códigos practicamente indecifráveis, estava num japonês practicamente impeccável.  Mas logo cedo o dia já estava claro, e Kenji já tomou seu banho, e se troccou. As mallas logo foram feitas. Kenji é muito indeciso, levaria horas até que conseguisse decidir, então já havia prepparado com antecedência. 
     E saíram, elle e sua mãe. Anderson estava longe, não pôde accompanhá-lo, e Mila estava ainda chockada, e accabou não indo. Kenji estava ambivalente, feliz e triste. Seu olhar expressava um certo receio, mas também um brilho raro.
     Estava um dia cinza, mas não chovia nem ventava forte. Ao chegar no aeroporto, elle abbraça fortemente sua mãe, que sorrindo, deixa uma lágryma escorrer por seu rosto, mas a limpa para que Kenji não a veja.
Porém Kenji faz o mesmo, sem que ella perceba. Depois vão para o sallão de espera. Elle estava com seu livrinho de bolso de japonês, e um pequeno blocco de notas, com poemas em japonês, e mesmo em chinês.       
    O primeiro vôo para Tokyo sairia em 1 hora. Kenji preffere não comer nada, está  assustado, não somente com o facto de deixar o local onde sempre vivera, mas também pelo facto de elle jamais ter viajado 
de avião. Kenji tem um pouco de medo, mas tenta foccar sua mente em outra coisa. Mas a hora chega. Ouve-se a voz advisando que já chegara a hora de embarcar. Elle vai junto com sua mãe, mas ella não irá no vôo. Mais uma vez se abbraçam, ainda mais fortemente, mas sem chorar dessa vez. Ambos não conseguem dizer nada, além de "eu te amo".
    E Kenji segue em frente, rumo ao seu destino. A porta fecha-se, e o avião começa a sua decolagem.